quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Guerrilheiros da Estética - Parte 1

Acreditei por muito tempo que a Arte era privilégio e conseqüência de interesses de elites, porém fui perceber mais tarde que minha opinião era demasiadamente preconceituosa. Sei que muitas vezes uma má interpretação ou uma supervalorização de algum trabalho possa vir a ofuscar os reais sentidos que se escondem atrás dessa antiga e interessantíssima forma de manifestação humana. Definições são muitas e seu real sentido provavelmente nunca seja alcançado, mas negá-la não é uma opção.

Guardamos registros artísticos desde as épocas mais remotas de nossa ocupação no planeta, como é o caso das famigeradas pinturas rupestres. Mais importante, que a incrível qualidade e capacidade do homem “primitivo” em realizar desenhos e esculturas com uma gama bastante simples de materiais, era a inexplicável condição humana de tentar desde sempre expressar suas percepções, emoções e idéias sobre o mundo que o norteava – uma espécie de busca por justificativa de suas ações e para sua própria existência.

Nessa perspectiva a Arte não só pula de um status de privilégio de poucos como passa a assumir a condição de necessidade humana. Dentro dessa necessidade é que se explica o porquê de sua importância para a humanidade.

Existem diferentes métodos para se entender as obras de arte: histórico, formalista, iconográfico e sociológico. A meu ver, o primeiro e o último assumem um papel de destaque. Uma vez que inserem a obra em um contexto histórico-social e, assim, permitem pensá-la como reflexo das idéias e influências vividas pelo artista. Para exemplificar selecionei três obras que se encaixam dentro dessa realidade:

El três de Mayo de 1808 (Obra realizada por Goya em 1814)


Guernica (polêmico painel pintado por Picasso em 1937)

Retirantes (Obra realizada por Portinari em 1944)

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