segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Alienados em Massa: religião, terrorismo e dinheiro.

Uma pergunta perturba, desde sempre, minhas reflexões: por que estamos aqui? A verdade provavelmente foge da minha capacidade intelectual de compreensão. Não que seja impossível pensar sobre o assunto, muito pelo contrário, tal questão foi e é filosoficamente fundamental para as decisões que tomei e tomo em minha vida.

Escolher um caminho é reflexo direto da realidade em que se está inserido. Viver consiste em encontrar uma justificativa convincente, para que nossa existência seja plausível para nós mesmo e para o mundo. Seria uma espécie de sentimento de pertencimento.

Dentro desse complexo paradigma existencial temos inúmeros filósofos, religiosos, cientistas, artistas etc que dedicaram e dedicam suas vidas na busca por um fragmento da verdade, que se esconde por trás de tal pergunta tão intrigante. Acredito que Peter Joseph seja um desses indivíduos.

Joseph traduz essa busca existêncial no documentário “Zeitgeist”. Através do levantamento de uma complexa teia de informação ele propõe o questionamento dos fundamentos religiosos, políticos e econômicos que estão por traz da construção da civilização humana. Nossa história é analisada sob uma perspectiva maquiavélica, em que valores e costumes aparentemente inofensivos assumem o papel de instrumentos de poder. Mais chocante, tais instrumentos são usufruídos exclusivamente por uma elite manipuladora e totalitária.

Sem mais delongas, confira esse brilhante e imperdível trabalho e tire suas próprias conclusões...





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Vale a pena conferir...

Site Oficial:
Zeitgeist (Peter Joseph)

Filmes:
Teoria da Conspiração (1997)
Muito Além do Cidadão Kane (1993)
Monty Pyton: O Sentido da Vida (1983)
Rede de Intrigas (1976)

Livros:
O Mundo Assombrado pelos Demônios (Carl Sagan)
Invenção das Tradições
(Eric J. Hobsbawm)

Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (Max Weber)

CDs:
The Process of Belief (Bad Religion)
Tropicália ou Panis et Circenses (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes etc)

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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

RSS: Otimização do Tempo!

Há pouco tempo li uma postagem interessante no blog INTERney. Ela consistia em quinze dicas para começar um blog do zero. Dentre todas, uma chamou bastante minha atenção: Feed RSS.

Sou um freqüentador assíduo de blogs e várias vezes me deparei com as propostas de inscrição em RSS ou Feed. A pergunta que me veio à cabeça foi: afinal pra que serve isso? Não perdi tempo e fui me informar sobre esses recursos.

Pelo que entendi, RSS consiste em uma inovadora tecnologia que “junta” em um só local as informações fornecidas, principalmente, por sites de notícias e blogs. Outra forma de definir seria: RSS é a tecnologia que agrega e Feed são as fontes disponibilizadas.

Famoso logotipo do RSS

Para as informações serem agregadas e acessadas deve-se fazer uso de um programa leitor de feeds: os “feed reader” ou agregador. Aparentemente, os mais conhecidos são: FeedReader, Google Reader e o Bloglines.

Até aqui tudo parece um pouco confuso. Pelo menos foi o que pensei até esse ponto do campeonato. Além de escolher um agregador, eu teria que aprender a agregar. Pareceu-me demasiadamente complexo. Mesmo assim resolvi tentar.

Dentre os agregadores disponíveis optei pelo Google Reader. Primeiro por que qualquer um com uma conta Gmail pode acessar os serviços de RSS, ou seja, um cadastro a menos em minha vida. Segundo porque ele é em português.

Entrei no site do Google Reader e me espantei com a facilidade de uso. Extremamente intuitivo. Mas para facilitar ainda mais, vou disponibilizar um tutorial rápido de como começar a usá-lo.

Tutorial: Meu primeiro acesso ao Google Reader!

1º Passo: Acesse o Site do Google Reader.


2º Passo: Acesse o Google Reader utilizando sua canta Google

Caso você ainda não possua uma Conta Google clique AQUI. Para conferir alguns dos serviços oferecidos pelo Google clique AQUI.

3º Passo: Pronto! Você já possui os serviços do Google Reader a sua disposição.

1º: ao clicar em Adicionar Inscrição uma pequena janela se abrirá. Basta escrever o endereço do site que você que receber as notícias e pronto. Lembre-se que o site precisa disponibilizar o serviço de RSS.
2º: O Google Reader possui uma galeria de sites que oferece o serviço de RSS. Simplesmente sinta-se a vontade para navegar e se inscrever naqueles de seu interesse.

4º Passo: Gerencie suas inscrições.
Na parte inferior do site tem um link que te leva a uma suíte bastante intuitiva, que permite gerenciar (apagar, mudar o nome etc) dos sites em que você está cadastrado para receber feeds.

5º Passo: Leia seus feeds.

Agora é só desfrutar das informações que você escolheu receber. Para isso, clique no nome do site na coluna da esquerda e as notícias fresquinhas irão aparecer a sua direita.

Depois que comecei a utilizar os recursos do RSS minha produtividade em frente ao computador aumentou significantemente. Não tenho mais que ficar garimpando meus favoritos em busca daquele blog que visitei a muito tempo atrás. Além disso, a grande sacada do RSS é ter acesso à notícia assim que ela for publicado, ou seja, é o fim das muitas visitas diárias aos seus sites prediletos em busca de novas informações. Elas chegam pra você de mão-beijada. Basta se conectar ao seu agregador.

A maioria dos sites oferecem links diretos de inscrição para o usuário se cadastrar em seu serviço de RSS. Essa é uma forma ainda mais eficiente de você selecionar o conteúdo que lhe agrada. Esses links são fáceis de identificar. São normalmente alaranjados e/ou semelhantes com a primeira imagem dessa postagem; podem aparecer também como as inscrições Feed e/ou RSS. Clicando sobre eles você é automaticamente direcionado para um site de cadastramento. Nesse você pode adicionar o serviço RSS do site, em questão, à lista de seu agregador. Para descomplicar farei uso de um exemplo.

Tutorial: Inscrevendo-se em um RSS através de um link direto.


1º Passo: Identifique o ícone de cadastramento em RSS

Como exemplo estou usando o cadastramento de RSS do Between, my well!
Após localizar o ícone clique sobre ele. Abrirá uma nova janela.


IMPORTANTE: Existem diversos serviços de cadastramento direto. O Between, my well! faz uso do FeedBurn, um dos mais conhecidos e utilizados no mundo. Portanto, os passos a seguir dizem respeito ao mecanismo de cadastramento desse serviço.

2º Passo: Selecione o agregador que você utiliza.

1º: No topo está localizado o site a que pertence o RSS.
2º: Clique sobre o agregador que você utiliza ou escolha um de uma lista. No meu caso, como uso o Google Reader eu clico sobre o ícone do Google.
3º: Outro serviço interessante é o cadastramento por email. Você recebe o conteúdo do site direto na sua caixa de emails.
4º: Previa sobre como é esteticamente os feeds do site em que você pode se cadastrar.


3ºPasso: Inscrevendo-se pelo Google Reader.

Ao clicar no ícone do Google no 2º Passo abre-se essa janela. Clicando sobre "Add to Google Reader" o serviço de RSS é adicionado na sua lista de inscrições. Pronto!

4º Passo: Recebendo feeds por email.

Clicando-se sobre o link "delivered by email" do 2º Passo você aciona a janela acima. Basta digitar seu email e copiar a combinação de letra e números no espaço em branco mais inferior. Você receberá as últimas notícias diretamente em seu email.

Simples e prático. Acredito que com essas dicas fica mais fácil iniciar o uso dos recursos extraordinários oferecidos pela tecnologia RSS. Se pintar alguma dúvida é só entrar em contato. Na medida do possível posso tentar ajudar. =)

Para os usuários do Firefox existe um tutorial bastante interessante que permite otimizar ainda mais a relação entre os sites e as inscrições em novos serviços de feed. Para saber mais clique AQUI e divirta-se!

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Antes de finalizar o post gostaria de apoiar uma campanha bastante interessante: Disponibilize seu Feed COMPLETO!

O Between, my well! apóia essa causa!

Essa campanha defende o direito do leitor de ter acesso ao feed na integra. Mas o que isso quer dizer? É simples. Ao disponibilizar o serviço de RSS em um site o administrador pode optar entre duas maneiras: completo e incompleto. Na primeira os feeds são enviados na integra, em outras palavras, o leitor tem acesso as informações sem precisar visitar o site que os publicou. Já na segunda os feeds são enviados em forma de tópicos, ou seja, o leitor tem acesso à somente parte da notícia. Uma das justificativas para tal opção é a questão da estética. Por outro lado, a quem defenda que essa seja uma pratica que força a visita do leitor ao site. A visita do usuário reflete diretamente nas estatísticas do blog, sem contar que garante os ganhos financeiros em publicidade.

O Between, my well! disponibiliza todos os seus conteúdos integralmente e acredita que cabe ao leitor querer visitar o blog ou não. Prezo pela qualidade, praticidade e liberdade. Sou contra os usuários que fazem uso dos blogs para unicamente ganhar dinheiro.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Guerrilheiros da Estética - Parte 3

Como eu disse na primeira postagem dessa série: a arte durante muito tempo me mostrava elitizada e inacessível. Roger L. Taylor afirma que muitas vezes isso não deixa de ser uma verdade, não é por acaso que ele intitulou seu livro de: “Arte, Inimiga do Povo”. Claro que atualmente já não a encaro dessa forma. Também sei que a classe dominante, ainda, prevalece nesses circuitos e que na maioria das vezes busca vender seu estilo de vida como superior e elevado.

Por outro lado, existiu e existe uma espécie de resistência a essa mercantilização. Uma espécie de resistência natural. Um reflexo à arte imposta. Como se a voz das demais classes clamassem por espaço para se expressarem.

Essa força de resistência é extremamente bem representada nos dias atuais pelo street art, ou popularmente conhecida no Brasil por Arte de Rua. Dentre os muitos artistas espalhados pelo mundo, dois a meu ver ocupam um lugar de destaque: Banksy e Zezão.

Banksy é natural do Reino Unido e, atualmente, é reconhecido mundialmente por seus grafites e intervenções de cunho social. Com uma precisão cirúrgica ele consegue tocar os sentimentos das pessoas, causando uma reflexão bastante intensa sobre o mundo capitalista e desumanizado que estamos inseridos. Apesar de afirmar que ele não faz suas obras pensando no humor, temos que reconhecer que muitas vezes é inevitável não rir. Em seu site, na seção films, temos algumas de suas intervenções.

Pintura rupestre colocada por Banksy no Britsh Museum.

Banksy: “Tem um elefante na sala. Tem um problema que nós nunca falamos sobre.”

Intervenção de Banksy no muro erguido por Israel entre este país e a Palestina.

A Mídia, por Banksy.

Do outro lado do Atlântico encontra-se Zezão. Especificamente nas galerias subterrâneas da cidade de São Paulo. Começou desde cedo seus rabiscos. Inicialmente seus alvos eram o banheiro da escola, carteiras e as paredes por onde passava nos seus “rolês” de skate. Após uma lesão no joelho e incentivado pela obra de Basquiat aderiu fortemente ao movimento de Arte de Rua.

O mais interessante na história de Zezão é sua identificação com lugares escatológicos. Isso mesmo, ele não esconde sua grande identidade com lugares abandonados e o esgoto. Diz ele: “É nos lugares nojentos que a arte aponta”. Esse é um ponto muito interessante na arte de rua: o local onde a obra se insere é fundamental para sua compreensão, ou seja, um grafite fora de contexto perde muito de seu impacto. E impacto Zezão sabe causar. Seus belos grafites parecem tomar vida em meio à cruel realidade que os cercam. As cores de seu spray rasgam o cinza-urbano e revelam um mundo podre, muitas vezes ignorado devido à mesmice cotidiana. A arte de Zezão escancara esse mundo podre e chama a atenção para a banalização dos nossos sentidos.

Zezão finalizando uma arte no esgoto.

Muro grafitado por Zezão.

Intervenção do Zezão em um local abandonado.

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Vale a pena conferir...

Artigos:
Zezão sai do esgoto (Cassiano Elek Machado)
A Arte esta na Rua (Gustavo Pimenta)


Livros:
1984 (George Orwell)
Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)
Arte Inimiga do Povo (Roger L. Taylor)
História Geral da Arte (H. W. Janson)

Filmes:
Basquiat (1996)
Pollock (2000)
Modigliani (2004)

Museus:
MASP - Museu de Arte de São Paulo
MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova york
Museu do Louvre

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Guerrilheiros da Estética - Parte 2

É inevitável, portanto, não reconhecer a arte como um retrato de uma época ou geração. Mais que isso, ela transcende esse significado ao assumir o papel de uma importantíssima ferramenta formadora de opinião. Não é de se estranhar que multinacionais destinem intensas verbas para pesquisas a cerca de um visual publicitário que acompanhe sua geração de consumidores. É o caso, por exemplo, de Andy Warhol e seus famosos designers desenvolvidos para a Coca-Cola e a Campbell’s – ícones que marcaram gerações e que até hoje estão presentes em nossa sociedade.

Do outro lado da moeda encontra-se outra vertente de artistas, que buscam através de sua arte questionar e muitas vezes simplesmente chocar. É o caso de Joseph Beuys, que após ter sobrevivido a um terrível acidente na Segunda Guerra Mundial, dedicou sua a vida a pensar o mundo. Para isso fez uso de uma arte-filosofia desconcertante, na qual o homem é comparado a animais e a estética de suas obras beira o caos. Disse ele: "Libertar as pessoas é o objetivo da arte, portanto a arte para mim é a ciência da liberdade."

Performance de Beuys: "Como explicar quadros a uma lebre morta."

Outro expoente dessa geração de artistas revolucionários é o brasileiro Hélio Oiticica. Atuou em diversas áreas da arte, da literatura à pintura. É caracterizado por seu trabalho com cores vibrantes e, principalmente, por criar os “penetráveis”, que consistiam em esculturas manuseáveis (“bólides”) e de vestir (“parangolés”) – revolucionou a forma de se encarar a obra de arte. Rompe-se com a premissa de que a arte deveria ser contemplada, transforma o espectador em parte da obra. Outro fato marcante é ter sido influência direta para o movimento tropicalista. Em momento algum de sua carreira se apresentou démodé: “Se há gente interessada em minha obra anterior, melhor, mas não vou expô-la ou ficar repetindo ad infinitum as mesmas coisas; não estou aqui para fazer retrospectivas, como um artista acabado; estou no início de algo maior.”


Guerrilheiros da Estética - Parte 1

Acreditei por muito tempo que a Arte era privilégio e conseqüência de interesses de elites, porém fui perceber mais tarde que minha opinião era demasiadamente preconceituosa. Sei que muitas vezes uma má interpretação ou uma supervalorização de algum trabalho possa vir a ofuscar os reais sentidos que se escondem atrás dessa antiga e interessantíssima forma de manifestação humana. Definições são muitas e seu real sentido provavelmente nunca seja alcançado, mas negá-la não é uma opção.

Guardamos registros artísticos desde as épocas mais remotas de nossa ocupação no planeta, como é o caso das famigeradas pinturas rupestres. Mais importante, que a incrível qualidade e capacidade do homem “primitivo” em realizar desenhos e esculturas com uma gama bastante simples de materiais, era a inexplicável condição humana de tentar desde sempre expressar suas percepções, emoções e idéias sobre o mundo que o norteava – uma espécie de busca por justificativa de suas ações e para sua própria existência.

Nessa perspectiva a Arte não só pula de um status de privilégio de poucos como passa a assumir a condição de necessidade humana. Dentro dessa necessidade é que se explica o porquê de sua importância para a humanidade.

Existem diferentes métodos para se entender as obras de arte: histórico, formalista, iconográfico e sociológico. A meu ver, o primeiro e o último assumem um papel de destaque. Uma vez que inserem a obra em um contexto histórico-social e, assim, permitem pensá-la como reflexo das idéias e influências vividas pelo artista. Para exemplificar selecionei três obras que se encaixam dentro dessa realidade:

El três de Mayo de 1808 (Obra realizada por Goya em 1814)


Guernica (polêmico painel pintado por Picasso em 1937)

Retirantes (Obra realizada por Portinari em 1944)