Como eu disse na primeira postagem dessa série: a arte durante muito tempo me mostrava elitizada e inacessível. Roger L. Taylor afirma que muitas vezes isso não deixa de ser uma verdade, não é por acaso que ele intitulou seu livro de: “Arte, Inimiga do Povo”. Claro que atualmente já não a encaro dessa forma. Também sei que a classe dominante, ainda, prevalece nesses circuitos e que na maioria das vezes busca vender seu estilo de vida como superior e elevado.
Por outro lado, existiu e existe uma espécie de resistência a essa mercantilização. Uma espécie de resistência natural. Um reflexo à arte imposta. Como se a voz das demais classes clamassem por espaço para se expressarem.
Essa força de resistência é extremamente bem representada nos dias atuais pelo street art, ou popularmente conhecida no Brasil por Arte de Rua. Dentre os muitos artistas espalhados pelo mundo, dois a meu ver ocupam um lugar de destaque: Banksy e Zezão.
Banksy é natural do Reino Unido e, atualmente, é reconhecido mundialmente por seus grafites e intervenções de cunho social. Com uma precisão cirúrgica ele consegue tocar os sentimentos das pessoas, causando uma reflexão bastante intensa sobre o mundo capitalista e desumanizado que estamos inseridos. Apesar de afirmar que ele não faz suas obras pensando no humor, temos que reconhecer que muitas vezes é inevitável não rir. Em seu site, na seção films, temos algumas de suas intervenções.
Do outro lado do Atlântico encontra-se Zezão. Especificamente nas galerias subterrâneas da cidade de São Paulo. Começou desde cedo seus rabiscos. Inicialmente seus alvos eram o banheiro da escola, carteiras e as paredes por onde passava nos seus “rolês” de skate. Após uma lesão no joelho e incentivado pela obra de Basquiat aderiu fortemente ao movimento de Arte de Rua.
O mais interessante na história de Zezão é sua identificação com lugares escatológicos. Isso mesmo, ele não esconde sua grande identidade com lugares abandonados e o esgoto. Diz ele: “É nos lugares nojentos que a arte aponta”. Esse é um ponto muito interessante na arte de rua: o local onde a obra se insere é fundamental para sua compreensão, ou seja, um grafite fora de contexto perde muito de seu impacto. E impacto Zezão sabe causar. Seus belos grafites parecem tomar vida em meio à cruel realidade que os cercam. As cores de seu spray rasgam o cinza-urbano e revelam um mundo podre, muitas vezes ignorado devido à mesmice cotidiana. A arte de Zezão escancara esse mundo podre e chama a atenção para a banalização dos nossos sentidos.
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Vale a pena conferir...
Artigos:
Zezão sai do esgoto (Cassiano Elek Machado)
A Arte esta na Rua (Gustavo Pimenta)
Livros:
1984 (George Orwell)
Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)
Arte Inimiga do Povo (Roger L. Taylor)
História Geral da Arte (H. W. Janson)
Filmes:
Basquiat (1996)
Pollock (2000)
Modigliani (2004)
Museus:
MASP - Museu de Arte de São Paulo
MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova york
Museu do Louvre
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Por outro lado, existiu e existe uma espécie de resistência a essa mercantilização. Uma espécie de resistência natural. Um reflexo à arte imposta. Como se a voz das demais classes clamassem por espaço para se expressarem.
Essa força de resistência é extremamente bem representada nos dias atuais pelo street art, ou popularmente conhecida no Brasil por Arte de Rua. Dentre os muitos artistas espalhados pelo mundo, dois a meu ver ocupam um lugar de destaque: Banksy e Zezão.
Banksy é natural do Reino Unido e, atualmente, é reconhecido mundialmente por seus grafites e intervenções de cunho social. Com uma precisão cirúrgica ele consegue tocar os sentimentos das pessoas, causando uma reflexão bastante intensa sobre o mundo capitalista e desumanizado que estamos inseridos. Apesar de afirmar que ele não faz suas obras pensando no humor, temos que reconhecer que muitas vezes é inevitável não rir. Em seu site, na seção films, temos algumas de suas intervenções.
Do outro lado do Atlântico encontra-se Zezão. Especificamente nas galerias subterrâneas da cidade de São Paulo. Começou desde cedo seus rabiscos. Inicialmente seus alvos eram o banheiro da escola, carteiras e as paredes por onde passava nos seus “rolês” de skate. Após uma lesão no joelho e incentivado pela obra de Basquiat aderiu fortemente ao movimento de Arte de Rua.
O mais interessante na história de Zezão é sua identificação com lugares escatológicos. Isso mesmo, ele não esconde sua grande identidade com lugares abandonados e o esgoto. Diz ele: “É nos lugares nojentos que a arte aponta”. Esse é um ponto muito interessante na arte de rua: o local onde a obra se insere é fundamental para sua compreensão, ou seja, um grafite fora de contexto perde muito de seu impacto. E impacto Zezão sabe causar. Seus belos grafites parecem tomar vida em meio à cruel realidade que os cercam. As cores de seu spray rasgam o cinza-urbano e revelam um mundo podre, muitas vezes ignorado devido à mesmice cotidiana. A arte de Zezão escancara esse mundo podre e chama a atenção para a banalização dos nossos sentidos.
Zezão finalizando uma arte no esgoto.
Muro grafitado por Zezão.
Intervenção do Zezão em um local abandonado.


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Vale a pena conferir...
Artigos:
Zezão sai do esgoto (Cassiano Elek Machado)
A Arte esta na Rua (Gustavo Pimenta)
Livros:
1984 (George Orwell)
Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley)
Arte Inimiga do Povo (Roger L. Taylor)
História Geral da Arte (H. W. Janson)
Filmes:
Basquiat (1996)
Pollock (2000)
Modigliani (2004)
Museus:
MASP - Museu de Arte de São Paulo
MoMA - Museu de Arte Moderna de Nova york
Museu do Louvre
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